Há 50 anos, José Carlos Pace venceu em Interlagos e ajudou a transformar o autódromo paulistano no símbolo máximo da Fórmula 1 no Brasil. Em 2025, o GP de São Paulo celebra meio século dessa corrida lendária, o dia em que um piloto da casa fez história e eternizou seu nome no templo do automobilismo brasileiro.
O rugido dos motores em Interlagos sempre carrega uma lembrança.
Aquele domingo de 1975 ficou marcado para sempre. O calor castigava a pista e as arquibancadas lotadas vibravam a cada volta. No cockpit de sua Brabham-Ford, Pace desafiou o limite dos quase 8 mil metros de curvas e retas variadas para cruzar a linha de chegada em primeiro. O Brasil inteiro explodiu. Emerson Fittipaldi, já bicampeão do mundo, veio logo atrás, e o circuito testemunhou uma das cenas mais emocionantes do esporte a motor: uma dobradinha brasileira no topo do mundo.
Aquela foi a única vitória de José Carlos Pace na Fórmula 1. Mas bastou uma para torná-lo imortal.
O “Moco”, como era conhecido, havia nascido em São Paulo, em 1944. Cresceu em meio ao barulho dos motores e começou a competir no automobilismo nacional ainda jovem, até conquistar espaço na Europa. Esse era o grande sonho de todo piloto brasileiro dos anos 1970.
Foi campeão de Fórmula 3, na Inglaterra, também venceu corrida na Fórmula 2 e conquistou o segundo lugar nas 24h de Le Mans, correndo pela Ferrari. Ainda disputou um ano inteiro no esporte protótipo mesmo já com uma cadeira na Fórmula 1.
Estreou na Fórmula 1 em 1972, pela March, depois passou pela Surtees até chegar à Brabham em meados de 1974. Foi a partir daí que viveu seu auge. Em pouco tempo mostrou uma mistura rara de técnica e elegância, ao fechar o ano de 1975 no 6º lugar do Campeonato Mundial com 24 pontos conquistados. Também levantou a taça do Campeonato Brasileiro de Turismo e venceu as tradicionais 25 horas de Interlagos.
Ao todo, disputou 73 GPs, 6 pódios e uma vitória na principal categoria do esporte a motor. Os parecem modestos, mas o legado de Pace está cravado no talento. Dois anos depois daquela vitória, em 1977, José Carlos Pace morreu aos 32 anos, em um acidente de avião na Serra da Cantareira, que também vitimou o piloto Marivaldo Fernandes.


Por que Interlagos recebeu o nome de José Carlos Pace
Oito anos após a tragédia, em 1985, a cidade de São Paulo decidiu eternizar o legado do piloto. O Autódromo de Interlagos foi rebatizado oficialmente como Autódromo José Carlos Pace, em homenagem àquele que havia dado ao circuito um dos seus momentos mais gloriosos.
A escolha foi mais do que simbólica: Pace era paulistano, venceu em casa e representava o espírito do automobilismo brasileiro: ousado, técnico e apaixonado. Batizar o autódromo com seu nome foi uma forma de transformar aquela vitória em permanência. De garantir que, a cada largada, a voz de Moco ainda ecoasse entre o ronco dos motores e o grito da torcida.
Em 2024, Interlagos passou a receber Moco como um todo. Além do busto e história, os restos mortais do piloto foram transferidos do Cemitério do Araçá para o templo do automobilismo.
Hoje, meio século depois, o ronco dos motores ainda parece carregar algo daquela tarde de 1975.
Interlagos segue como um dos palcos mais amados do calendário da Fórmula 1, um circuito técnico, imprevisível e cheio de emoção. Um templo em que a paixão se mistura à memória, e onde o nome de José Carlos Pace nunca deixou de subir a reta dos boxes rumo à linha de chegada.
Saiba mais sobre a corrida deste final de semana acessando o texto “GP de São Paulo de F1 2025: horários, programação e como chegar a Interlagos“. E se quiser saber mais sobre Interlagos, acesse esse texto aqui: Exposição “50 Anos de GP no Brasil”: o legado da F1 em Interlagos
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